Peso Argentino Surpreende e Valoriza 44% em 2024, Enquanto o Real é a Pior Moeda do Mundo
Com políticas libertárias e cortes drásticos nos gastos, a Argentina de Javier Milei registra forte valorização cambial, enquanto o Brasil segue caminho oposto.
Por: KEVIN GOMES
Publicado às: 12:00 - 31/10/2024

Em uma reviravolta, o peso argentino teve uma valorização real de 44,2% nos primeiros 11 meses de 2024, ajustada pela inflação. O dado contrasta com o desempenho do real brasileiro, que apresentou uma depreciação de mais de 22% no mesmo período. O cenário revela um descompasso nas trajetórias econômicas das duas maiores economias da América do Sul.
Reformas na Argentina
A valorização do peso ocorre em um contexto de profundas reformas na Argentina, lideradas pelo presidente Javier Milei. Desde que assumiu o cargo, Milei implementou uma série de medidas de cunho libertário, cortando subsídios estatais, reduzindo ministérios e privatizando empresas públicas. Embora suas políticas tenham gerado críticas por causa do impacto social imediato, o mercado reagiu positivamente, impulsionando a moeda local.
A adoção de medidas ortodoxas, como a eliminação de controles cambiais e a busca por um orçamento equilibrado, fortaleceu a confiança dos investidores. Milei também sinalizou a intenção de dolarizar a economia argentina a longo prazo, o que ajudou a atrair capital externo.
Real x Peso argentino
Enquanto o peso argentino sobe, o Brasil enfrenta desafios cambiais. O real caiu mais de 22% em termos reais em 2024, refletindo a instabilidade fiscal, o aumento da dívida pública e incertezas políticas. As medidas do governo brasileiro para aumentar a arrecadação e controlar os gastos não foram suficientes para conter a desvalorização.
O futuro das duas economias
Os próximos meses serão decisivos para o futuro das duas economias. O Brasil precisará acelerar suas reformas para evitar uma desvalorização ainda maior, enquanto a Argentina terá que equilibrar a busca pela estabilidade cambial com o crescimento econômico sustentável. Em um continente marcado por turbulências, o destino de Brasil e Argentina será observado de perto pelo mundo.